O que são peladophobia e phalacrophobia?

Na medicina, são reconhecidos e descritos muitos tipos de medos e fobias – desde os mais conhecidos, como o medo de aranhas, espaços fechados ou voar, até os mais incomuns, como a cromofobia e a frigofobia, que são respectivamente o medo de cores brilhantes e o medo de frio.

Embora as palavras medo e fobia sejam frequentemente usadas como sinônimos, elas não têm exatamente o mesmo significado. A sensação de medo é algo que todos conhecemos bem. Biologicamente, o medo é uma das emoções mais primárias que podem ser sentidas pelos animais mais desenvolvidos e pelos humanos. Ele desempenha um papel crucial na sobrevivência da espécie, pois ao primeiro sinal de perigo, ele nos impulsiona a fugir e nos proteger, garantindo a preservação de nossa vida e, indiretamente, contribuindo para a continuidade da nossa linha genética e da espécie. O medo dura enquanto o perigo estiver próximo, sendo uma reação totalmente racional. Existem vários graus de medo – desde os mais leves, que nos assustam por breves instantes, até os que não têm uma base concreta e são descritos como irracionais, em que a pessoa não consegue controlar o que sente. Esses tipos de medo são chamados de fobias.

As fobias são relativamente comuns entre as pessoas, mas é importante diferenciar entre um medo intenso, que muitas vezes é comum entre crianças, como o medo de médicos ou animais, e uma fobia, que é um medo do qual não conseguimos nos livrar sem a ajuda adequada de um profissional.

Uma fobia pode ser reconhecida por diversos sintomas, tanto mentais quanto físicos. A pessoa afetada pode ficar muito nervosa, sentir que a morte está próxima, sentir-se tonta ou até desmaiar, ter um ataque de pânico, uma elevação no ritmo cardíaco, suor excessivo, boca seca, dificuldades em falar normalmente, tremores incontroláveis, entre outros. Claro que não é necessário que a pessoa tenha todos esses sintomas, mas normalmente apresenta pelo menos alguns, que ela não consegue controlar ou influenciar (ao contrário de um medo intenso). Os sintomas aparecem quando a pessoa se encontra próxima da fonte do seu medo, o experimenta ou até mesmo pensa nele – como estar em um lugar fechado, ver uma aranha, um animal, ou ao voar. A fobia geralmente tem origem na infância ou em alguma experiência negativa. A pessoa afetada tentará evitar ao máximo o contato com a sua fonte de medo, o que muitas vezes dificulta sua vida. O único meio eficaz de lidar com isso é buscar ajuda profissional. É possível tentar lidar com a fobia sozinho, mas isso é recomendado apenas nos estágios iniciais e mais leves, quando a pessoa ainda consegue se controlar de alguma forma durante um ataque. Caso perca totalmente o controle, é melhor procurar ajuda médica o quanto antes e começar a enfrentar gradativamente o problema, pois as situações que provocam essa reação na pessoa podem até ser perigosas para a vida (como o medo de altura, onde a pessoa pode desmaiar e cair). Naturalmente, o sucesso do tratamento não é garantido. Existem medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas de ataques de fobia, mas eles também têm muitos efeitos colaterais e não resolvem o problema em si.

Como mencionamos, há muitas fobias conhecidas e descritas. Duas delas são peladophobia e phalacrophobia (as traduções exatas para o português não são amplamente utilizadas, mas poderiam ser "peladofobia" e "falacrofobia"). A primeira refere-se ao medo de pessoas calvas, enquanto a segunda é o medo de se tornar calvo. Assim como nas demais fobias, estas também são reações irracionais, inexplicáveis e incontroláveis, geralmente desencadeadas por algum evento traumático, como ser vítima de um assalto onde o agressor é calvo. Também podem ser inatas, embora isso seja muito raro. Ambas as fobias só podem ser tratadas com ajuda profissional, seja por meio de psicoterapia ou, nos casos mais graves, com tratamento médico ou psiquiátrico.